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A partida entre Recife Mariners/Náutico e João Pessoa Espectros nesta segunda-feira (12), às 15h, nos Aflitos, está rodeada de rivalidade. Os dois times têm dominado o futebol americano nordestino há anos e, de 2014 para cá, as equipes são exemplos de excelência. O clima de revanche está instaurado e os paraibanos querem devolver a derrota sofrida em junho, quando os Azuis conseguiram uma virada incrível em menos de três minutos, em João Pessoa-PB. Os ingressos serão vendidos no local, ao preço único de R$ 15.

Por outro lado, o Mariners/Náutico quer garantir a primeira colocação geral e o direito de jogar a semifina,l e uma possível final, como mandante. Porém, a partida significa muito mais para um jogador do time dos Aflitos.

A equipe completou dois anos mandando seus jogos nos Aflitos recentemente. São dez jogos e apenas uma derrota no Eládio de Barros Carvalho. Jogar em um estádio histórico era um sonho para muitos atletas, mas o cornerback Bruno Melo encara pisar no gramado de outro modo.

“A minha relação com os Aflitos é meio poética e de longa data. Desde que moro ali perto, há 12 anos, a primeira coisa que faço todo dia é ir até a varanda rezar e, inevitavelmente, faço isso olhando para os Aflitos. O Eládio de Barros Carvalho simplesmente é inspirador para mim. Sonhava em pisar no gramado numa partida oficial e ter meus momentos de glórias ali”, revelou.

Bruno quase não compareceu na primeira partida do time no estádio que sempre admirou. Precisou se esforçar para chegar a tempo. “No primeiro jogo do Mariners/Náutico que aconteceu no estádio, em setembro de 2013, eu estava em São Paulo e minha passagem de volta estava marcada para o horário do jogo. Terminei brigando com a minha namorada na época, adiantamos o voo de volta e chegamos no aeroporto às 4h da manhã para que eu pudesse chegar a tempo”, lembrou.

Tanto esforço valeu a pena e Bruno sabia que sua vida mudaria a partir daquele dia. O torcedor se tornou atleta e hoje é membro da direção do time. A ligação ficou tão forte que ele marcou o time no coração, para ser mais exato.

“A sensação foi indescritível. Ter três mil pessoas gritando e incentivando o time em que eu jogava era bom demais para ser verdade. A partir dali eu soube que o Mariners/Náutico era um ponto crucial da minha vida. Por ter realizado esse sonho, tanto que tatuei a âncora do time no peito junto ao meu número, 21. Jogar nos Aflitos, desde então, tem sido uma honra, e desde que passamos a treinar lá, não tem como eu me sentir mais em casa”, afirmou.

Dos 10 jogos disputados até agora, o cornerback não escolheu um específico para dizer que é o seu favorito. Na sua mente cada jogo tem um significado diferente. Cada duelo tem uma memória especial.

“Todos os jogos são inesquecíveis para mim. A vitória contra o João Pessoa Espectros, ano passado, tem um gosto muito especial. A vitória contra o Ceará Caçadores no dia 6 de setembro desse ano, em que fui escolhido como melhor jogador da defesa da partida, também foi incrível. Porém, foi o jogo em abril deste ano, contra o América Bulls, que ficará para sempre na minha memória. Foi o meu primeiro jogo começando como titular. Ainda havia a pressão de ser o primeiro jogo do ano depois de termos chegado tão perto do título no ano anterior. O time estava nervoso e o nosso ataque tão forte não conseguia marcar um touchdown nos potiguares. Aconteceu algo inédito para mim: meu primeiro touchdown. Como jogador da defesa isso é bem raro de acontecer e num lance rápido eu interceptei a bola lançada pelo QB do Bulls. Não fiquei só nisso. Retornei para a zona de pontuação adversária. Foi meu primeiro pick 6 (interceptação retornada para touchdown)! Foi tudo tão rápido e tão incrível! Foi o trabalho duro sendo reconhecido e de lá pra cá, isso só me fez intensificar ainda mais meus treinamentos diários.”

DUELO DURO

Dentro de campo, Bruno tentará ajudar seus companheiros a parar o Espectros, que desde que perdeu para o Mariners/Náutico segue invicto na competição. As equipes têm sido os destaques da Superliga Nordeste e o duelo pode valer a liderança geral da competição. Porém, para que os pernambucanos percam essa condição, uma série de resultados têm que acontecer nos outros jogos.

DIA DA CRIANÇA ESPECIAL

Durante a semana, o Mariners/Náutico realizou um sorteio para que as crianças entre 5 e 12 anos possam entrar com os jogadores em campo. Como a partida é no dia delas, nada como fazê-las comemorar em grande estilo.

Além disso, os Azuis estarão recebendo brinquedos, livros e alimentos não perecíveis para o Centro Social Dom João Costa, que há anos faz um grande trabalho solidário.

AFLITOS

Confira as partidas e resultados do Recife Mariners/Náutico nos Aflitos: 10 jogos
9 vitórias e 1 derrota.
22 de setembro de 2013
Mariners/Náutico 31 a 0 Imortais

13 de outubro de 2013
Mariners/Náutico 12 a 18 Cangaceiros

29 de março de 2014
Mariners/Náutico 28 a 0 Tropa Campina

8 de março de 2014
Mariners/Náutico 26 a 0 Pirates

7 de setembro de 2014
Mariners/Náutico 8 a 0 Petroleiros

19 de outubro de 2014
Mariners/Náutico 24 a 7 Espectros

16 de novembro de 2014
Mariners/Náutico 28 a 6 Bulls

3 de maio de 2015
Mariners/Náutico 52 a 0 Bulls

2 de agosto de 2015
Mariners/Náutico 63 a 0 Bravos

6 de setembro de 2015
Mariners/Náutico 35 a 6 Caçadores